quinta-feira, 5 de março de 2009

Centro administrativo de Aécio custará 26% mais do que o previsto

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O Centro Administrativo que o governo Aécio Neves (PSDB-MG) está construindo no limite entre Belo Horizonte e Santa Luzia, na região norte da capital mineira, deverá estar concluído em dezembro com custo 26% maior do que o orçado, atingindo R$ 1,2 bilhão.

A previsão do custo final foi dada pelo presidente da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), Oswaldo Borges da Costa Filho, que acompanhou a visita que o governador fez ontem ao local da execução do projeto de Oscar Niemeyer.

Licitada em R$ 948,6 milhões, o valor final da obra contempla, segundo o presidente da Codemig, os dois anos de reajustes estabelecidos no edital de concorrência, realizada em 2007, e os gastos adicionais também previstos em orçamento, entre eles paisagismo, criação de um parque e outras obras de infraestrutura.

Aécio chamou a Cidade Administrativa de "a maior obra de construção civil em execução na América Latina" e disse que, apesar da crise internacional, os recursos estão garantidos --50% já pagos.

Ao elogiar o "planejamento" da sua gestão, o tucano indiretamente criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que no ano passado tratou a atual crise como uma "marolinha".

"O que falta na administração pública brasileira é planejamento. Nós planejamos, obviamente, eu nunca acreditei que nós viveríamos uma marolinha, ao contrário", disse Aécio.

Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Santa Bárbara, OAS, Queiroz Galvão, Via Engenharia e Barbosa Mello executam a obra.

Jarbas

Aécio foi questionado sobre o senador peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE) ter dito que o PMDB é uma sigla corrupta. O tucano mineiro, que sempre tenta preservar sua boa relação com o partido, disse que o fato de o senador generalizar e não apontar nomes e fatos pode causar "injustiças".

"Acho que são afirmações que, obviamente, têm impacto. O senador Jarbas é um homem público extremamente respeitável. Eu apenas temo muito a generalização. Acho que apontar nomes, apontar fatos específicos, seria um passo além da denúncia que atinge a todo a um aglomerado partidário. Portanto, respeito as denúncias do senador Jarbas, mas em qualquer atividade e em especial na vida pública, a generalização, a meu ver, pode levar a algumas injustiças."